Sinto-me como se num quarto de hotel, onde minhas coisas esperam-me por decidir.
Neste quarto, onde o cheiro habitual do cigarro agarra-se nas paredes para mostrar-me que não é meu, fica só por recusar-se perder o próximo a se deitar nesta cama.
Este banheiro, estas paredes, cama e armário, tudo, ou nada, de certa forma não me será companhia. Alguns por não ter escolha, outros, porém, por simplesmente não.
Parece passageiro e com a sensação vem o desconforto ao pensar no porque de conformar-se.
Parece lisonjeiro e com o orgulho do elogio e a autenticidade de um perdedor, as costas são a última vista do quarto.
Cindido, atravessado, como uma estaca cravada nas laterais da minha imaginação, reproduzo a memória de um teto onipresente que, apesar dos olhos vendados, presenciou a companheira dos momentos de vazio do quarto despir-se e nua, acomodar-se entre as roupas da minha mala.
O eco do meu diálogo com o espelho se espalha entre as rachaduras até atravessar o meu finito espaço criativo.
Das minhas convenções, em cada quadrado do meu chão estão, como num hall da fama, marcados num sem-fim de poeira, a evidência da minha passagem solitária.
Minhas ranhuras, meus engalfinhamentos, meus lençóis, puras e claras notas do desenlace das malas e do profundo e calmo, como o nascer das raízes de uma frondosa árvore destinada a um ou dois centenários, retrocesso do tirar e voltar a pôr, muito lentamente.
Minha sombra, que num piscar de olhos desaparece e aparece deixa seu calor, para que junto à fumaça, se esvoace no vão do vitrô, como um voal que se mostra antipática à presença do tempo.
A cortina do último viajante, ainda mau posta e encardida, encobre toda a luz que fortuitamente atravessa os cubículos do algodão que forçosamente e inútil, tenta formar-se num todo para esconder a janela numa parece branca da cor do desespero e da loucura.
Remetendo-me à toda malfadada servidão, a garrafa, grunhindo como uma morte lenta, colando meus pés num piso gorduroso, acaba por esfriar meu café, justamente por eu não tomá-lo.
Neste quarto, onde o cheiro habitual do cigarro agarra-se nas paredes para mostrar-me que não é meu, fica só por recusar-se perder o próximo a se deitar nesta cama.
Este banheiro, estas paredes, cama e armário, tudo, ou nada, de certa forma não me será companhia. Alguns por não ter escolha, outros, porém, por simplesmente não.
Parece passageiro e com a sensação vem o desconforto ao pensar no porque de conformar-se.
Parece lisonjeiro e com o orgulho do elogio e a autenticidade de um perdedor, as costas são a última vista do quarto.
Cindido, atravessado, como uma estaca cravada nas laterais da minha imaginação, reproduzo a memória de um teto onipresente que, apesar dos olhos vendados, presenciou a companheira dos momentos de vazio do quarto despir-se e nua, acomodar-se entre as roupas da minha mala.
O eco do meu diálogo com o espelho se espalha entre as rachaduras até atravessar o meu finito espaço criativo.
Das minhas convenções, em cada quadrado do meu chão estão, como num hall da fama, marcados num sem-fim de poeira, a evidência da minha passagem solitária.
Minhas ranhuras, meus engalfinhamentos, meus lençóis, puras e claras notas do desenlace das malas e do profundo e calmo, como o nascer das raízes de uma frondosa árvore destinada a um ou dois centenários, retrocesso do tirar e voltar a pôr, muito lentamente.
Minha sombra, que num piscar de olhos desaparece e aparece deixa seu calor, para que junto à fumaça, se esvoace no vão do vitrô, como um voal que se mostra antipática à presença do tempo.
A cortina do último viajante, ainda mau posta e encardida, encobre toda a luz que fortuitamente atravessa os cubículos do algodão que forçosamente e inútil, tenta formar-se num todo para esconder a janela numa parece branca da cor do desespero e da loucura.
Remetendo-me à toda malfadada servidão, a garrafa, grunhindo como uma morte lenta, colando meus pés num piso gorduroso, acaba por esfriar meu café, justamente por eu não tomá-lo.
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