segunda-feira, 22 de março de 2010

Fardos

Tantas foram as coisas que deixei para trás.
Não as pude carregar.
Meu corpo pequeno não aguentaria tanto peso nas costas, além do meu próprio.
Foram capas, máscaras, pessoas que cruzei no caminho de vinda que optei por deixar. Porém elas inscreveram em mim.
Marcas, rabiscos, etc.
Minha sorte é ser só um e assim, carrego coisas suficientes apenas para um.
Sorte é não ter mais dois ou três pares de braços, pois carregaria coisas desnecessárias.
Pudera eu ter apenas um e não um par, pois assim ou comeria ou beberia... ou fumaria ou beberia... ou apartaria um mão qualquer ou beberia...
Desta vez reconheço a minha fragilidade. Apenas um não carrega a sobrevivência sozinho e assim, precisa de outrem para viver.
Ninguém é o que é sozinho. Ninguém consegue viver sozinho. Ninguém sorri para si.
Sorte minha não ser um baú para estocar lembranças.
As boas, as más, as imparciais.
Um sim, um não, um irrelevante.

3 comentários:

Anônimo disse...

Também tenho sorte em não ser um baú. rs
Chega uma hora em que as lembranças devem ser deixadas para trás. É nescessário aliviar os fardos que carregamos ao longo do tempo... ''É preciso esquecer o passado para viver o futuro''

P.S. A.C

Anônimo disse...

Mateus, amei este texto. Na verdade gosto de todos, afinal é como se as palavras fossem minhas (não que eu consiga escrever como vc)rs.
Ás vezes acho que vc lê meus pensamentos e transcreve para o papel rs,suas idéias, suas palavras, traduzem o que sinto.
É impossível lhe dizer..''continue assim'', pois vc não continua igual nunca, vc evolui a cada minuto.

p.s. A.C

Mateus Gueller disse...

=D

quão feliz eu fico!!
Obrigadooo